Catherine Panebianco
No Memory is Ever Alone
No Memory is Ever Alone é um diálogo visual entre mim e o meu pai. Todos os Natais, ele costumava trazer uma caixa de slides que fotografou entre o final da adolescência e o início dos anos 20, e fazia-nos vê-los através de um velho projetor na parede da nossa sala, contando as mesmas histórias todos os anos. São recordações consistentes de uma infância em que nos mudámos muitas vezes, e na qual nunca senti que tivesse tido um “lugar” estável para morar e criar memórias. Percebi então que, ao projetar os slides na minha paisagem atual, não estava apenas a criar uma conexão entre a vida dele e a minha, mas também um percurso de memórias, com uma ligação muito própria a cada um de nós. Muitos desses slides são da minha mãe, eles permaneceram juntos quase 60 anos. Ela faleceu, e eu sinto que o seu espírito, e todos os espíritos do passado, estão constantemente ao nosso redor. Essas pequenas vinhetas da vida familiar, transportadas para no meu “espaço” atual, confortam-me, pois sinto que ela e outras pessoas ainda estão, por perto, a cuidar de mim. Como se criassem um “lar” para mim, onde quer que eu vá. Eu quis usar o Photoshop como ferramenta de conexão. O processo partiu da necessidade que senti de encontrar o local certo, e aí unir fisicamente os slides do meu pai, com o espaço em que vivo hoje — um lugar dentro de um lugar, uma memória dentro de uma memória. Espero que estes pequenos fragmentos da vida da minha família, vos permitam, relembrar alguma coisa das vossas famílias.
Carpintarias de São Lázaro

Catherine Panebianco é uma artista cujo trabalho almeja consistentemente por um sentido de lugar, captura memórias e persegue as almas daqueles que amamos no presente, e daqueles que nos continuam a cercar desde o nosso passado. O seu trabalho explora a forma como nos conectamos com outras pessoas, com o nosso passado e com nós mesmos.Panebianco recebeu o prémio LensCulture Critics Choice Top Ten 2020, o prémio CENTER'sProject Launch Grant em 2020 e em 2019 fez parte do Top 50 do Critical Mass da Photolucida pela sua série, No Memory is Ever Alone.Esta série também foi finalista do Prémio Hopper, conquistou o 1º lugar no International Photography Awards for Fine Art, foi finalista do National Photography Awards da Sociedade de Fotografia do Texas, e do Prémio de Portfólio do Concurso Internacional de Fotografia da Baía de São Francisco. O trabalho de Panebianco foi exibido nos Estados Unidos e internacionalmente em locais como: Griffin Museum of Photography, Soho Photo Gallery, o Center for Fine Art Photography e SE Center for Photography. Foi mencionada na Black + White Magazine, The Guardian, D Repubblica Magazine e Lenscratch.