MNAC - Museu Nacional de Arte Contemporânea
Rua Serpa Pinto 4, 1200-444 Lisboa
3ª a sáb. - 10:00 > 13:00 / 14:00 > 18:00
Domingos - 10:00 > 14:00 / 15:00 > 18:00
28/09 - 07/01/2024
Cihan Çakmak :: Jojo Gronostay :: Karolina Wojtas :: Livia Melzi :: Ulla Deventer
Quando falamos de identidade, referimo-nos a um conjunto complexo de experiências individuais, relacionais, culturais, sociais, e até políticas. Os cinco artistas selecionados questionam estas diferentes dimensões da identidade através de trabalhos fotográficos e de vídeo, que muitas vezes transcendem a moldura bidimensional da imagem, e reclamam do público um envolvimento com a obra a um nível pessoal.
Todos estes artistas, nomeados para o prémio Arendt, são titulares de uma forte visão pessoal que vai mais além dos habituais clichés sobre a identidade.
Cihan Çakmak, com uma abordagem mais idiossincrática, explora a memória partilhada de uma identidade Curda fraturada, criando situações oníricas que desafiam a fragmentação social vigente e o isolamento vivido pela comunidade.
A estética particular de Ulla Deventer, que vai beber tanto à fotografia documental como à arte da instalação contemporânea, vê o corpo como instrumento de poder com vista a desconstruir estereótipos sobre a prostituição.
Quanto a Karolina Wojtas, as suas autorrepresentações desconstruídas e perceções fragmentárias do corpo estabelecem novas narrativas que desafiam as noções convencionais de tempo e espaço de um ponto de vista social e relacional.
Num estilo diferente, a abordagem de Lívia Melzi consiste em examinar arquivos e representações ligadas à identidade no contexto da sua investigação sobre os mantos de Tupinambá, que eram usados em rituais antropofágicos pelas tribos guerreiras Tupi da costa do Brasil.
A questão da identidade cultural está intimamente ligada com elementos autobiográficos no trabalho multimédia de Jojo Gronostay (nascido na Alemanha, com raízes Ganesas). Objetos, imagens de objetos e fragmentos do corpo são descontextualizados e apresentados a uma escala inusitada, brincando com a relação entre colonialismo e capitalismo.
De modo geral, as perspetivas de todos estes artistas transmitem um leque de ideias sobre identidade, seja ela individual, familiar, cultural ou territorial.
Paul di Felice