Esse mito só é trágico porque seu herói é consciente.

«O Mito de Sísifo», Albert Camus

 

Imagina que perdes subitamente a capacidade de falar, andar, sorrir, mantendo apenas o movimento dos olhos e a consciência dessa inação. Vivo num corpo morto. Qual "Sísifo" de Camus, condenado à repetição até à eternidade, ao absurdo e à futilidade da existência.

Partindo do conceito da Síndrome de “Locked-in” – resultante de um acidente vascular cerebral – na qual uma consciência totalmente preservada se combina com uma perda total das capacidades motoras, “não poder viver senão uma vida” é um ensaio visual poético e interdisciplinar entre arte e ciência, que aborda a dualidade corpo-mente e o significado de estar vivo quando totalmente privado de autonomia e capacidade de comunicação.

A sociedade atual tem a sofisticação tecnológica para manter um corpo vivo, mas será que pode restaurar as habilidades humanas mais fundamentais?

BIO

Ana Rego (1974, Portugal). Licenciada em Ciências Médicas, estudou Fotografia no Porto, em 2019 frequentou o master em Fotografia Artística no Instituto de Produção Cultural e Imagem (IPCI) e em 2022 integrou o Coletivo Barda.

Na sua prática procura documentar temáticas inspiradas por questões sociais, culturais e científicas, e utilizando uma abordagem interdisciplinar e colaborativa entre arte e ciência, procura responder de forma inovadora a questões éticas e emergentes que se colocam à sociedade actual.

Expõe de modo individual e colectivo em Portugal e no estrangeiro, destacando-se a presença nas Galerias Fnac, Porto e Lisboa (2004), Fundação Oriente, Dili-Timor (2010), Encontros de Imagem, Guimarães (2019), PhotoAlicante, Alicante, Espanha (2020) e HybridArt Space Gallery, Budapeste (2019) e MIPOFF no Mês da Imagem do Porto (2022).  Foi ainda premiada nesta área com os projectos: “Afeganistão 2002” - menção honrosa FNAC Novos Talentos em 2004; e “Não poder viver senão uma vida” - 1º prémio ciência no Budapest International Foto Awards e menção honrosa no International Photography Awards em 2019.

 

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Folha de Sala (aqui)